[...]
Sentaremos em frente à uma TV
comprada à prestação e assistiremos
cheios de pesar às tragédias inocentes
de simples indigentes.
Morreram 20 assassinados,
5 foram estupradas,
700 esperam em hospital.
Hora da novela, boa noite.
Votaremos, silenciosamente.
Aplaudiremos, sonoramente.
Protestaremos, hipoteticamente.
Viveremos, ridiculamente.
Jogaremos os livros às traças.
Que diferença faz se ninguém os lê?
[Estevão Barros]