Pra que calar-se de
inspirações absurdas e nebulosas sensações de amor?
Quero o sabor da vida tranquila,
a dor depois de um porre. Quatro e vinte quero viajar.
Pra que silenciar o sentir
das confusões que rebatem as mentes ocas se ao menos não sabemos mais respirar?!
Gritar encantos, refutar
meus prantos só pra me ouvir cantar?
Sair por ai sem rumo, beijar
quem conheci agora, a vinda inteira navegar.
Pra que só racionar se
amo-te a cada sentimento oculto?
Exploda o mundo e suas
concepções, destrua revistas de moda, queime os vizinhos, transe comigo sem
parecer vulgar!
Quebre a tv, rasgue o
jornal, mate um burro e venha me amar, sem parecer vulgar!
Vulgar, que não tem nada que
se deixa destacar. INCONSPÍCUO. Sujo.
Grite com os mais velhos,
faça suas ordens, vire um rebelde e venha me beijar.
E depois, nada que eu tenha
dito fara sentido, pois tudo que escrevo faz luto à solidão.
para Estêvão Barros}}:.