Eu queria poder entender um pouco
mais dessas coisas que ando sentindo e ter coragem o bastante para largar tudo
e começar do zero, mesmo sabendo que te amo e mesmo entendendo que ainda não
sei das coisas do amor.
Queria poder pertencer às coisas que
são suas e que para você acaba sendo nossa, mas ultimamente nada me parece
muito bom. Te sinto ausente e distante e isso me mata, pouco a pouco. Queria ser uma frase pronta, seu ponto de
referência, queria abrir seus caminhos, ser sua maior admiração, seu amor do
passado, sua dádiva preciosa. Ser seu orgulho.
Mas não dou conta de ser nada para mim e todo resto é quase impossível.
Eu bem sei que posso acabar com tudo
que você construiu para nós, e pensando em você não sou capaz de fazê-lo,
esquecendo de mim a cada soletrar do seu nome no meu.
Poderia eu chorar desesperadamente sem
motivos sem ao menos sentir medo de você? Do que estás a pensar?
Vou estar sempre cem por cento pronta,
quando se tratar de assuntos que assustam à você na certeza de que a recíproca
jamais será a mesma, e isso amor, anda me desgastando tanto...
Nessa minha carta de despedida
despeço-me do nosso amor na inocente ideia de que poderás voltar quando quiser,
ou, de que eu poderei quando bem entender.
Sinto que escrevo bem para me limitar
a meia dúzia de assuntos, mas ao menos ando escrevendo-te, sem deixar você
falando sozinho e se eu falar besteira me corrige, sem manutenções e assim,
atingida de mau jeito vou deslizar pela grama e me enterrar firmemente na areia
sem deixar escapar qualquer desapontamento.
Não chore na minha frente, feche os
olhos e faça tudo que não deveria fazer e de primeiríssima ordem satisfaça-me
antes de partir.