Tenho reparado tanto em nossas fotos.
Passo as tardes de domingo tentando entender o que esta
acontecendo comigo. Nenhuma resposta!
Tenho observado seus olhos, seu sorriso. Teu sexo.
Tenho te observado dormir, e nada parece como antes.
Deve ser este meu jeito errante que nunca se contenta com nada.
Não sei.
Deve ser este amor que já não é o amor de antes. Tudo passa.
Não sei quem somos o que temos nos tornado. Mas sinto que te gosto
de alguma forma.
Ainda ontem estava em nossa cama, com um alguém que não era você.
Não permiti que ele fizesse o que de fato fazemos NÓS. Permanecendo ali,
entregue ao outro corpo nada me era justo e prazeroso. A cama era nossa, mas o
amor não se fazia verdadeiro a ninguém.
Desculpa se não sou o que esperava, mas saiba, eu não mudaria
nada, talvez por medo de melhorar e assim não conhecê-lo.
Já reparou na lua hoje?! Aquela que me deste, um presente abstrato
como o amor. Amor meu. Amor seu.
Jamais o devolverei. Nem a
lua, nem o amor.
Amor nosso.
Não hoje, não agora. Por um instante é o que me resta, é o que me
sobra de você. Somente a lua. Lua sua. Mais ainda lua minha.
Estou em abstinência do belo e do puro, e é só isso que tenho me
proporcionado.
Não estou reclamando, nem cobrando. Nada, nada disso, mas às vezes
temos a necessidade de sermos ouvidas apenas.
Quando um homem ama uma mulher?
Quando se encontra no ápice de uma vida deprimida onde ser tudo
por si só não basta. Deve então existir outro alguém. Percebem que não há
sentido se não houver motivos para serem úteis a algo.
Necessidade.
Você necessita-me. Tiro de você tudo o que não lhe cabe, tudo que
lhe é depressivo. Faço-te sentir útil em tudo, mesmo que seja em nada. Amo-te.
Quando uma mulher ama um homem?
Quando necessita receber.
Nascemos para dar tudo o que temos de melhor e de pior. Chega um
dia, quando amadurecemos, queremos aprender a receber.
Um carinho, uma atenção. Queremos nos sentir acolhidas.
Necessidade.
Somos as diferenças da semelhança tão óbvia.
Somos feitos diferentes e isso nos atrai.
Necessito de você. Você me ama e me acolhe. Faz-me o que me torno
na sua presença.
[porque quando você vai embora, tudo muda]
Você em seu mundo escuro e silencioso. Eu no meu diálogo monótono
e patético.
Devemos saber lidar com isso.
Devemos saber lidar com isso.
Diferenças nossas como EU E VOCÊ, HOMEM E MULHER.
[É assim para todo mundo]
Observo-te e não sei o que sinto.
No retrato, seu sorriso intacto. Até quando?
Você diz que faço falta. Minha ausência te atrapalha.
Amamo-nos e nos deixamos.
Estamos em uma mesma sintonia, e nada muda.
Nem o amor, nem a dor.
Ir e vir em frequências facilmente relevadas.
Estamos ligados.
Por onde andamos distraídos?!
Já não canto nem respiro, mas se pudesse faria para você ficar
aqui.
Coloquei-te pra fora de mim sem saber, e ainda acho que não sei,
mas no achismo em que levo as minhas escritas, uma vez que me acho no dever de
escrevê-las, vou achando que ainda AMO-TE.
Amo-te ainda neste achismo de talvez um dia querer-te para sempre
ou esquecer-te completamente.
Estrangulo meu sorriso e meu tempo.
Minha boca vermelha paga a conta do boteco. Sim, tenho me
embebedado nas noites escuras. Madrugada fria.
Minha retina dói e o sentimento de culpa aqui está.
Fico esperando na escada você me procurar.
Mas fui eu quem te tirou de mim.
Aplauda-me ... Você sabia que isso aconteceria. Aplauda-me mais
uma vez!
Mas eu não mudaria nada.
Amo-te com o pouco de muito que vivemos.
Você sabe...
Você sente...
Há três dias tento lhe escrever. Dizer o que? Para que?
MOMENTO
[Espaço pequeníssimo (mas indeterminado) de tempo. Curta duração]
[[Ou não]]
Eu mulher. Momento este em que a gente se arrepende e chora.
Mas talvez você nunca mais se lembre. Jeito seu de nunca se
lembrar.
Isso deve me bastar...
Com amor, EU!