Estou cansada dessa vida patética. É assim que muitos a
definem.
Era tudo tão normal, tão comum e de repente devo viver com
esse pesadelo para sempre. Para sempre.
Estou me sentindo cansada e a cada frase meu coração bate
menos, não me permito chegar ao ponto final. Não posso morrer agora. Não me
permito ao final clichê.
Faço-me forte, me sinto assim às vezes, mas aqui no fundo
nada está dando certo, choro sozinha e nada muda, nada adianta, nada cessa.
Com um triste adeus em cada mão assim vai indo o dia meu.
Sozinha. Menininha. Bonitinha. Vinha.
Solidão. Ando-me com a dor da passagem...
Ando-me com o dia que nunca termino.
Invento. Inventar. Sonhar. Criar. Amar.
Cansar.
Canso-me de achar possíveis soluções de qualquer coisa que
me seja bem vinda.
Por onde tenho me colocado nesse cavo sem fundamento?!
Sim, porque quando existe um fundamento para tudo o que fazemos
tudo se explica no tempo do tempo...
Por onde tenho me colocado?!
Não sei o que torna meu coração.
Acho que ele é podre. A vida tem me mostrado tanta coisa que
ele bate descompassado. Ele fede. Ele é duro.
Sou marrenta, bicho de nove cabeças.
Sou qualquer coisa que se sinta, que tenta sentimentos que
sirva. Bem ou mal.
Sou mulher que pulsa a ânsia na inconstância de meus atos e
que transborda em palavras a arte. [[Ou pelo menos tento]].
Não sou anjo, nem demônio.
Sou o que me torno diante de cada passo.
Sou de fases...
Estou aqui há cinco horas e custo concordar as palavras ao
seu sentido que se torna meu.
É como nos filmes, respiração lenta, movimentos fracos sem
intensão alguma, coração acelerado [com pressa pra morrer]
Pisco no olho o cisco da poeira.
Risco da mente qualquer vestígio de meus traços...
Morro-me sem ninguém conhecer-me.
Feliz.
Chão de giz, da criança na amarelinha apagada
Lousa cheia, da menina prendada
Fogão de lenha.
Coração sem vida.
Estão degustando da minha carne morta e sombria.
Degustando meu ponto final[.]