Bêbada, aqui estou, caindo aos seus pés, drogada,
depressiva, desesperada.
Onde está você que não vem me ver, que não me procura
mais?
Deixa-me viver, preciso saber respirar, andar com meus
próprios pés.
Corpo mole, vida sem graça, noites em claro e dias
quentes, enrolados em um cobertor de onça, seguido de um edredom com suas cores
frias. Frias como a alma minha. [muito mais fria como a alma sua]
Estou adoecendo minhas partituras!
Queria poder não gostar tanto de você, e se pra você
tanto faz, e se fugir está em seus planos, por favor, deixa-me ir, eu preciso
respirar!
Pareço-me perturbada, e essa situação está ficando
chata, para ambas, como se fosse coisa de criança descobrindo um mundo novo,
como se eu, [e quando refiro a mim, e apenas a mim, é por não saber descrever
sentimentos seus], nunca tivesse experimentado o sabor da água fresca corrente
das montanhas.
Tire sua calça jeans e venha comigo se aventurar.
Vamos trocar o cheiro dos perfumes por mais uma noite,
quero repetir da sua dose.
Esta noite eu bebi todas, me acabei na pista de dança
só esperando você chegar.
[Tudo bem, hoje seu dia foi ruim] e tudo não se resume
a apenas uma pessoa, e eu, bêbada, fiquei ali, esperando você chegar.
Eu prometi [tornar seu tédio em melodia], mas minha
canção é de uma nota só.
Eu sei, poderia ser melhor...
Mas me garanto no ritmo da flauta doce que segue a
partitura que há dias venho adoecendo.
Você consegue ver o que está acontecendo?
[Por aqui sempre estarão os versos que eu fiz e ainda
espero respostas]
Mas se for para não ser, insisto, permaneça assim como
estás, distante!
Não dê sinal de vida!
Essa é a minha verdade e é triste tanto quanto parece.
Se tudo pode acontecer, então vai, vai se distrair com
qualquer coisa, beijando outras bocas, deixando as outras roucas por um crime
sem perdão.
Minha doença não tem cura, e falta-me apenas uma nota
semitonada para eu pausar você de vez da minha vida.