Expresso o inexpressável, por isso é indefinido!


[expresso o inexpressável, por isso é indefinido]
Deixar no subentendido é a melhor forma de se dizer quem somos. O silêncio diz muito.
E se souberes de mim, por favor diga-me, tenho ocupado meu tempo em me libertar e viver.
Me entender/descrever agora, seria me retardar em alguns sentidos!

{Paula Nonato}

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Terminar



 Eu estava sentada nessa madrugada tentando entender o que tenho feito de mim e em momento nenhum achei que tivesse brincado de alguém.
 Sinto que estou sendo o que eu sou, pés no chão, mais ou mesmo tempo permitindo as fantasias me invadirem. Eu gosto disso e acho que sobrevivo de necessidades.
 Não tenho brincado com ninguém. Ninguém.
 Tudo o que eu falei pra ela naquela noite era verdade, mas não falamos a mesma língua.
 Sei lá o que pensa ela, deve achar que esse jogo é perigoso. Fazer o quê?!
 As pessoas erram em querer tudo pra si, tamanha possessividade diante de absolutamente tudo, mal entendem elas que o pouco basta.
 Levar o sorriso de um, o carinho do outro, coisas simples da vida, da rotina.
 Seria bem mais fácil...
 Dela eu carrego as poucas palavras ditas e as poucas trocas de olhares. Ana não encarava meus olhos.
 Chama-me de doida e ousa dizer que eu não sei onde estou e o que quero. Ousa dizer que a faço de fantoche.
 Se falássemos a mesma língua...
 Dissolvemo-nos, envolvemo-nos. Abraçamo-nos e isso não significou nada pra Ana.
 Brincar dela, usar dela? Jamais.
 Ana não sabe o que pensa, o que diz o que sente e a doida sou eu!
 Ela é perigosa...
 Eu prometi a mim nessa madrugada quente, que vingaria das palavras de Ana. Gostar dela não foi o suficiente, querê-la pra que se feliz morro sozinha?
 Ela que se foda!
 Disse-me que queria terminar, eu ri, nunca começamos!
 A louca sou eu.
 Disse-me que não queria se envolver, mas quem cogitou essa hipótese?!
 Eu vou violentar sua alma, eu vou revelar seus segredos, vou arranhar teu corpo, beber do teu sangue.
 Por uma noite vou mostra-la o que é usar de alguém. Vou mover teu corpo com cordéis. Registrar-te-ei: Fantoche.
 E tome tento, fique esperta.
 Ana vira lenda...