Expresso o inexpressável, por isso é indefinido!


[expresso o inexpressável, por isso é indefinido]
Deixar no subentendido é a melhor forma de se dizer quem somos. O silêncio diz muito.
E se souberes de mim, por favor diga-me, tenho ocupado meu tempo em me libertar e viver.
Me entender/descrever agora, seria me retardar em alguns sentidos!

{Paula Nonato}

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

perecer}:


Cansei-me por dois instantes de ser eu mesma. Permita-me pro resto da vida ser você? Sem compromisso. Sem amor. Assim, sem mais!
Se me aparenta feito de bons modos, de sorriso largo, feito de gente santa, sem ódio, quero viver todo seu avesso.
Quanto tempo dura você?
Uma vida?
Quanto tempo dura uma vida?
Tudo se torna relativo quando o efeito contrário não comporta seus sentidos.
E então o que fazer?
Morrer?
Pra quê? Se essa é a única vontade que não me cabe em vida.
Calem as bocas falantes daqui, ligue o ar condicionado e permita-me relaxar. Sem pausa. Sem pressa. Assim, sem mais!
O que faria você?
Diante da minha ignorância, minha inocência faz-me vítima dessa sala sem vida.
E quem tem dito coisas, dessas absurdas, fazes de tudo veracidade?
Bobagem. Burrice. Tolice!
Como se fosse verdade a esperança? Como se fosse verdade o cantarolar feito louca despedindo-me com colibris na boca?
Permita-me estar com você por mais uma noite, como se fosse vão te amar e por isso perfeito, o amor amante, perecível, sem nome.
Permita-me assim estar de luto enquanto desenho tua mascara em mim.
E quando a beleza acaba? Viveremos na luta constante de conquistar o que de fato pelo tempo e toda sua bagagem já se faz nosso?
A beleza basta ser bela para fazer bem?
Por mais quanto tempo você resiste?
A tua boca é a minha desordem, teu sexo é meu consumo. Em tudo deverias crer?
O desejo é eterno porque o instante o faz. Em tudo deverias crer?
Deverias crer. Tantos o disserem que possa ser.
Findo o nosso amor, volto aos braços de outro alguém, ser você não foi o suficiente, e a situação não me permitia ser quem sou.
Findo você porque já não posso pontilhar de inocência tua poesia!