Ser precoce, que se desenvolve
mais cedo do que de ordinário, que é temporão, madura assim antes da própria
estação.
Não é isto o que sinto, minto.
Mentir sobre aquilo que se torna
a cada momento da vida, vida esta que te proporciona coisas e te empurra para
estar aberta a enfrentar situações precocemente.
É entrar na guerra quando ainda
criança, ver o cheiro da morte sentir o sangue dos dilacerados.
São atitudes, vícios morais, é o
céu e a terra, eu aqui procurando, desejando um espaço, necessitando dele para
encontrar o eixo da guerra fria, o eixo dos bueiros.
Sou da primavera, das histórias
que já contei, dos palcos que pisei e da vida que me tornei.
Uma mulher cadente.
Não sei o que meu corpo abriga e
não me importa, eu ainda não preciso das razões.
Dou com a cara na privada, roubo
sonhos. Faço ideias. Ideais.
Reboco-me com o reboco e as
paredes do quarto ficam nuas pra mim. Me molestam, me arrepiam, me impulsionam
a ilusionar. Vejo coisas.
O inferno não me adianta e qual o
preço pra existir?!
Uma vez que a vida indica o
caminho sem que você possa escolher e... Enfim...
Quanto pago para não morrer?
Caro, caro o suficiente para me
matar de fome a cada hora paga.
É tudo decretado, a insatisfação
dos miseráveis, a direção da reconstrução do passado para um futuro que não
existe, é a luz, a rua, o pecado.
O futuro nebuloso do passado
sedicioso que nos torna os mesmos de hoje que completa a alma.
Saltitamos em galope ritmando a circunstância.
Ficando avelhantados.
E aí então de bem com a vida,
estarei dividida entre a cama e a fogueira, penetrarei meus cabelos na boina do
meu velho, e com as mãos frias e frágeis descansarei sobre seu colo.
A velha menina que amadureceu
cedo pela vida, mas que não deixou morrer o tempo que viva dentro de si. As
aflições da hora certa. O sorriso do tempo certo. A vida se fazendo vida no
tempo do tempo, acelerando ela por ela sem se deixar morrer.
E esquecer as lágrimas, os
palcos, as danças, lembrando apenas da época abençoada [precoce] que tivesse
sido mais longa do que foi.