Expresso o inexpressável, por isso é indefinido!


[expresso o inexpressável, por isso é indefinido]
Deixar no subentendido é a melhor forma de se dizer quem somos. O silêncio diz muito.
E se souberes de mim, por favor diga-me, tenho ocupado meu tempo em me libertar e viver.
Me entender/descrever agora, seria me retardar em alguns sentidos!

{Paula Nonato}

sábado, 4 de agosto de 2012

doux De mon Âme


Ser precoce, que se desenvolve mais cedo do que de ordinário, que é temporão, madura assim antes da própria estação.
Não é isto o que sinto, minto.
Mentir sobre aquilo que se torna a cada momento da vida, vida esta que te proporciona coisas e te empurra para estar aberta a enfrentar situações precocemente.
É entrar na guerra quando ainda criança, ver o cheiro da morte sentir o sangue dos dilacerados.
São atitudes, vícios morais, é o céu e a terra, eu aqui procurando, desejando um espaço, necessitando dele para encontrar o eixo da guerra fria, o eixo dos bueiros.
Sou da primavera, das histórias que já contei, dos palcos que pisei e da vida que me tornei.
Uma mulher cadente.
Não sei o que meu corpo abriga e não me importa, eu ainda não preciso das razões.
Dou com a cara na privada, roubo sonhos. Faço ideias. Ideais.
Reboco-me com o reboco e as paredes do quarto ficam nuas pra mim. Me molestam, me arrepiam, me impulsionam a ilusionar. Vejo coisas.
O inferno não me adianta e qual o preço pra existir?!
Uma vez que a vida indica o caminho sem que você possa escolher e... Enfim...
Quanto pago para não morrer?
Caro, caro o suficiente para me matar de fome a cada hora paga.
É tudo decretado, a insatisfação dos miseráveis, a direção da reconstrução do passado para um futuro que não existe, é a luz, a rua, o pecado.
O futuro nebuloso do passado sedicioso que nos torna os mesmos de hoje que completa a alma.
 Saltitamos em galope ritmando a circunstância. Ficando avelhantados.
E aí então de bem com a vida, estarei dividida entre a cama e a fogueira, penetrarei meus cabelos na boina do meu velho, e com as mãos frias e frágeis descansarei sobre seu colo.
A velha menina que amadureceu cedo pela vida, mas que não deixou morrer o tempo que viva dentro de si. As aflições da hora certa. O sorriso do tempo certo. A vida se fazendo vida no tempo do tempo, acelerando ela por ela sem se deixar morrer.
E esquecer as lágrimas, os palcos, as danças, lembrando apenas da época abençoada [precoce] que tivesse sido mais longa do que foi.