Não quero deixar para vocês
vestígios de meus traços bons, perfeitos, assim, belos, mas sim toda a merda
que também reside em mim. Toda palhaçada bem sacada, toda lágrima derramada.
Sim, toda merda!
Experimentei hoje, ainda
agora, um gosto de plástico amargo, uma massa de morango sabor lua. Eu
experimentei outra vida!
Porque sim, quero deixar
para vocês toda essa singela mistura saturada de eu. Você ri, mas nada disso é doce.
Doce, contrário amargo.
Doce, mel. Açúcar. Da bala, da banana. O doce.
É, nada, nada do que se
pensa se faz assim.
A vida é meu vestígio e não
é boa ao seu total, menos ainda perfeita. Não é bela quanto parece. Entretanto
é por isso que deixo toda essa minha merda, e se faz pouco digo, não deixo nada
além do que você tem, sim porque todos vocês vivem, apenas!
E foda-se o vestibular, a
mensagem do dia, a rima, os amores, a música. Por uma hora e meia vou viajar e
foda-se os radares.
Os porquês? Foda-se.
Foda-se? Desculpa.
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