“A vida sempre continua”, foi isso que ela disse antes
de bater a porta, sim, porque é claro que ela não sairia assim sem mais.
A vida sempre continua? O que ela entende da vida, da
minha vida? Ela é doente e eu a filha do vento.
Parada. Pacata.
Eu não tirei você por um segundo desde que aquela porta
se fechou, eu não tirei meus olhos de nós até encontrar outra pessoa.
Realmente continua...
Mas os lugares sempre serão nossos e sempre haverá o
gosto da sua boca na minha. Mas nunca se deve dizer nunca e sempre!
Pedras e amor, também não existem fórmulas para aprender
a continuar.
Cante só mais uma canção, deixe-me flutuar por mais meio
segundo.
Quando não se quer perder é que você sabe que
simplesmente não sabe!
Quando estamos sozinhas te levo pra casa, não por medo,
mas é que nosso amor é tão delicado. E ainda assim você me enche de tristezas,
canta coisas que já não significam nada.
Poderíamos fazer amor em lugares secretos, mas você
mente, poderíamos viver como nunca, mas agora já não tenho mais nada para lhe
dar.
É preciso saber continuar...
Você me deixou no lixo e é o lugar errado para ainda
pensar em nós, e é o momento errado para outro novo alguém.
Eu dou minhas armas quando estão carregadas para poder
segura-la. Tudo bem com você? Tudo bem para você?
Não!
Eu preciso lidar com isso de outras maneiras.
Segurei-me como quem ia machucar os joelhos, me
reconstitui em larvas e você se jogou. Caiu fora!
É disso mesmo que você precisa?
Acho que me lembro porque paramos de funcionar. Se fosse
ontem eu ia desejar você aqui essa noite. Espero que minha sanidade cubra o
custo de remover sua mancha do papel mache.
O amor te abandona se você não cuida. Eu te desapontei,
deixei um gosto ruim? Você age como se nunca tivesse tido amor e quer que eu
continue sem nenhum. Eu já me sinto melhor, tenho a quem culpar!
Veio pelo perdão?
É disso mesmo que você precisa?
Não temos nos tornado as mesmas!
Você não me deu nada e é isso que eu tenho. Eu pedi
muito?
Volta para casa.
Esta noite não quero mais me rastejar...
